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2012 - Livro Vermelho 2013

Cybianthus densicomus Mart. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 03-10-2012

Criterio:

Avaliador: Luiz Antonio Ferreira dos Santos Filho

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Cybianthusdensicomus caracteriza-sepor arbustos, raramente arvoretas, terrícolas, e apresenta síndrome dedispersão zoocórica. Endêmica do Brasil. Ocorre nos biomas Cerrado e MataAtlântica, neste último em Floresta Estacional Semidecidual. Apresenta EOO de863.906,65 km² e é amplamente distribuída. Protegida por unidades de conservação (SNUC), como o Parque Nacional daChapada dos Veadeiros (GO), Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Estadual Xixová-Japuí,Estação Ecológica da Paranapanema e Estação Ecológica de Itapeva (SP). Devido asua ampla distribuição, não há ameaça direta que a coloque em alguma categoriade ameaça.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Cybianthus densicomus Mart.;

Família: Primulaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Descrita em Flora 24(2) Beibl. 2: 20. 1841.

Dados populacionais

Em estudo realizado sobre gleissolos, em uma Floresta Paludosa no Município de Cristais Paulista, no Estado de São Paulo, C. densicomus apresentou 2 indivíduos em uma área de 1 hectare (Teixeira; Assis, 2009). Em remanescente de Floresta Estacional Semidecidual, na Fazenda Santa Terezinha, Município de Bofete, no Estado de São Paulo, apresentou apenas 1 indivíduo em uma área amostral de 0,134 ha (Viani, 2005).

Distribuição

Espécie ocorre nos Estados de Minas Gerais e São Paulo (Freitas; Bernacci, 2010).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos, raramente arvorestas; coletada com flores de junho a novembro e com frutos em novembro, março e junho (Jung-Mendaçolli, 2005); dispersão zoocórica (Spina et al., 2001).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes OEstado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha)de seu território coberto por Mata Atlântica. Hoje, a Mata Atlântica no Estadorepresenta cerca de 18% da remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo dolitoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área doEstado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado. Mesmo em áreasprotegidas ocorrem ameaças como invasões de populações marginalizadas(favelização de manguezais e encostas), especulação imobiliária, mineração,extrativismo vegetal clandestino, caça e pesca predatórias, lixões, poluição daágua, mar, ar e solo e chuva ácida sendo essas ameaças permanentes àconservação dos remanescentes da Mata Atlântica no estado de São Paulo (Costa, 1997).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes AZona da Mata Mineira não está em situação diferente das demais regiões do país,sofrendo alto grau de perturbação decorrente de práticas agrícolas inadequadase da expansão demográfica, mineradora e industrial (Marangon et al., 2003).

1.1 Agriculture
Detalhes Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Em Perigo (EN) pela Lista vermelha da flora do Paraná (SEMA/GTZ-PR, 1995).

4.4.3 Management
Observações: Ocorre em Unidades de Conservação: Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no Estado de Goiás, Parque Estadual da Serra do Mar, Parque Estadual Xixová-Japuí e Estação Ecológica de Paranapanema (CNCFlora, 2012) e Estação Ecológica de Itapeva (Cielo-Filho et al., 2012), em São Paulo.

Referências

- FREITAS, M.F.; BERNACCI, L.C. Cybianthus densicomus in Cybianthus in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010/FB031456>.

- FREITAS, M.F.; CARRIJO, T.T. Myrsinaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.350-351, 2009.

- TEIXEIRA, A.P.; ASSIS, M.A. Relação entre heterogeneidade ambiental e distribuição de espécies em uma floresta paludosa no município de Cristais Paulista, SP, Brasil., Acta Botanica Brasilica, v.23, p.843-853, 2009.

- JUNG-MENDAÇOLLI, S.L. Cybianthus (Myrsinaceae). In: WANDERLEY, M.G.L.; SHEPHERD, G.J.; MELHEM, T.S. ET AL Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP/Rima, p.283-286, 2005.

- MARANGON, L.C.; SOARES, J.J.; FELICIANO, A.L.P. Florística arbórea da Mata da Pedreira, Município de Viçosa, Minas Gerais., Revista Árvore, Viçosa, v.27, p.207-215, 2003.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- COSTA, J. D. B. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no estado de São Paulo. M. Atlântica. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica no estado de São Paulo., São Paulo, 1997.

- SPINA, A.P.; FERREIRA, W.M.; LEITÃO FILHO, H.F. Floração, frutificação e síndromes de dispersão de uma comunidade de floresta de brejo na região de Campinas (SP)., Acta Botanica Brasilica, v.15, p.349-368, 2001.

- VIANI, R. A. G. O uso da regeneração natural (Floresta Estacional Semidecidual e talhões de Eucalyptus) como estratégia de produção de mudas e resgate da diversidade vegetal na restauração florestal. Mestrado. Campinas, SP: Universidade Estadual de Campinas, 2005.

- CIELO-FILHO, R.; AGUIAR, O.T.; BAITELLO, J.B. ET AL. Aspectos florísticos da Estação Ecológica de Itapeva, SP: uma Unidade de Conservação no limite meridional do bioma Cerrado., Biota Neotropica, v.12, 2012.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE/DEUTSCHE GESSELLSCHAFT TECHNISCHE ZUSAMMENARBEIT (SEMA/GTZ). Lista Vermelha de Plantas Ameaçadas de Extinção no Estado do Paraná., Curitiba, PR, p.139, 1995.

Como citar

CNCFlora. Cybianthus densicomus in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cybianthus densicomus>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 03/10/2012 - 18:51:35